segunda-feira, 27 de abril de 2009

TEMA DE REDAÇÃO 27/04/2009

VOCÊ É A FAVOR DA PROIBIÇÃO DE FUMAR EM LUGARES PÚBLICOS?

TEMA: Com base na coletânea que segue e em seus conhecimentos acumulados ao longo da vida, escreva uma dissertação argumentativa sobre o tema acima. Coloque um título significativo.

TEXTO 1
Irlanda, Noruega, Suécia, Inglaterra, Itália e França são alguns dos países que, nos últimos anos, baniram o cigarro em ambientes fechados, como bares e restaurantes. O Brasil poderá segui-los em breve. Um projeto elaborado pelo Ministério da Saúde quer alterar o Artigo 2 da Lei no 9.294, de 1996, que permite o fumo em “área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e com arejamento conveniente”. Essa lei é considerada defeituosa porque, na prática, as adaptações dos ambientes para isolar a fumaça foram deixadas de lado em favor de simples divisões de espaço que não protegem os não-fumantes. “A legislação atual é inócua para a proteção do fumante passivo”, afirma o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que espera que o veto ao fumo entre em vigor ainda neste ano.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o tabagismo é a maior causa isolada evitável de mortes precoces em todo o mundo; o tabagismo indireto a terceira. “Os danos para um fumante passivo não são tão diferentes daqueles que sofrem os fumantes”, afirma a oncologista Nise Yamaguchi, diretora da Aliança pelo Controle do Tabagismo e pesquisadora do Hospital das Clínicas da USP. Para Nise, a proibição do fumo em lugares fechados é uma das formas mais eficientes de diminuir o tabagismo. “Quanto mais tempo a pessoa consegue ficar sem fumar, mais fácil será para parar”, diz a médica.

Prevê-se que a medida ajude a reduzir ainda mais o número de fumantes, que está em queda. Nos últimos 15 anos, desde que a publicidade de cigarro foi proibida e fotos dos problemas de saúde começaram a ser estampadas nos maços, caiu de 24% para 19% o número de adultos que fumam. O resultado pôs o Brasil no topo do ranking dos países que mais reduziram o tabagismo feito pela Organização Mundial da Saúde. O governo também pensa em aumentar as taxas sobre os cigarros.
“A legislação atual é inócua para a proteção do fumante passivo”,
afirma o ministro da Saúde

Apesar da pressão crescente sobre o fumo em todo o mundo, ainda está longe o fim do vício: há 1,2 bilhão de fumantes no mundo, cerca de um quinto da população do planeta. Segundo Ruth Malone, diretora do Programa de Políticas de Saúde da Universidade da Califórnia, a tendência é de queda. “Mais pessoas estão experimentando o que é viver sem inalar passivamente a fumaça”, diz a especialista. “Quanto mais os não-fumantes perceberem que a fumaça é realmente prejudicial, menos se sujeitarão à exposição à fumaça dos outros. Mas ainda é cedo para dizer que vencemos.”

Nos Estados Unidos, a luta contra o cigarro já chegou à esfera privada. Nas cidades de Calabasas e Belmont, na Califórnia, é proibido fumar até dentro de casa. Mesmo sem uma legislação tão extrema, o Brasil poderá se considerar na “vanguarda” mundial do movimento contra o tabagismo se proibir o fumo em lugares fechados. O ministro da Saúde afasta a hipótese de que a sociedade brasileira receba a restrição como uma ameaça às liberdades individuais. “Não existe liberdade individual quando você, com seu hábito, afeta a saúde de terceiros”, afirma Temporão. (Revista Época, 22/02/2008)

TEXTO 2
DRAUZIO VARELLA
O fumo em lugares fechados

AGORA QUE as paixões acalmaram, volto à proibição do fumo em ambientes fechados, aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Incrível como esse tema ainda gera discussões acaloradas. Como é possível considerar a proibição de fumar nos lugares em que outras pessoas respiram uma afronta à liberdade individual?
As evidências científicas de que o fumante passivo também fuma são tantas e tão contundentes que os defensores do direito de encher de fumaça restaurantes e demais espaços públicos só podem fazê-lo por duas razões: ignorância ou interesse financeiro. Sinceramente, não consigo imaginar terceira alternativa.

Vamos começar pela ignorância. Num país de baixos níveis de escolaridade como o nosso, nem todos têm acesso a conhecimentos básicos.
A fumaça expelida dos pulmões fumantes contém, em média, um sétimo das substâncias voláteis e particuladas do total inalado. Já aquela liberada a partir da ponta acesa, contém substâncias tóxicas em concentrações bem maiores: três vezes mais nicotina, três a oito vezes mais monóxido de carbono, 47 vezes mais amônia, quatro vezes mais benzopireno e 52 vezes mais DNPB (estes dois, cancerígenos potentes).
Por serem de tamanho menor, as partículas que se desprendem da ponta acesa, produzidas durante 96% do tempo em que um cigarro é consumido, penetram com mais facilidade nos alvéolos pulmonares.

Depois de uma manhã de trabalho num escritório em que várias pessoas fumam, a concentração de nicotina no sangue de um abstêmio pode atingir os níveis de quem tivesse fumado três a cinco cigarros. Empregados de bares e restaurantes que passam seis horas em ambientes carregados de fumaça, chegam a ter concentrações sanguíneas de nicotina equivalentes a de quem fumou cinco ou mais cigarros.
Mulheres gestantes expostas à poluição do fumo em casa ou no trabalho apresentam nicotina não apenas na corrente sanguínea, mas no líquido amniótico e no cordão umbilical do bebê.

A nicotina inalada pelo fumante passivo, associada ao monóxido de carbono, provoca lesões nas paredes internas das coronárias, redução do fluxo de sangue e do aporte de oxigênio para o músculo cardíaco, facilitando a formação de placas de ateroma e a ocorrência de infartos.

Um estudo feito por um grupo da Universidade Harvard entre 32.046 mulheres que nunca fumaram, ao contrário de seus maridos, mostrou que a incidência de doença coronariana entre elas atingiu quase o dobro daquela encontrada entre mulheres não expostas.

Pesquisa da Universidade Yale, nos Estados Unidos, com 10 milhões de mulheres de maridos fumantes revelou que a incidência de câncer de pulmão foi o dobro da esperada entre não fumantes.

Há poucos meses, nesta coluna citei um estudo recém publicado pela Universidade de Glasgow para avaliar o impacto da lei que proibiu o fumo em bares e restaurantes na incidência de ataques cardíacos.

Nos dez meses que antecederam a vigência da lei foram internados nos hospitais de Glasgow 3.235 pacientes com quadros coronarianos agudos. Nos dez meses seguintes à proibição houve 551 casos a menos. Houve queda em todos os grupos: 14% nos fumantes, 19% nos ex-fumantes e 21% nos não fumantes, a diminuição mais acentuada.

Para não abusar de sua paciência, leitor, serei breve: os dados são inequívocos, os fumantes passivos estão sujeitos a sofrer dos mesmos males que afligem os ativos.
Agora, vamos ao interesse pessoal dos que entendem que proibir a poluição ambiental causada pelo fumo é uma interferência do Estado na liberdade individual.

Se ainda não foi inventado um método de exaustão capaz de impedir que a fumaça se dissemine pelo ambiente inteiro, esses senhores defendem o indefensável. Liberdade para, por meio de uma ação individual, causar mal à coletividade? Não sejamos ridículos.

Os sindicatos dos empregados de bares e restaurantes que sempre se levantaram contra a proibição alegando risco de desemprego (fato que não ocorreu em nenhuma cidade do mundo), que medidas tomaram até hoje para proteger seus associados da poluição ambiental em que trabalham? Alguma vez lutaram para que eles recebessem adicional de insalubridade? Para que tivessem um plano de saúde decente?
Não é função do Estado proteger o cidadão do mal que ele causa a si mesmo. Mas é dever, sim, defendê-lo do mal que terceiros possam fazer contra ele. (Folha de São Paulo, 25/04/2009)
TEXTO 3

(Folha de São Paulo, 11/04/2009)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

TEMA DE REDAÇÃO 06/04/2009





MENTIRA É DOENÇA, PROBLEMA MORAL, NECESSIDADE OU BRINCADEIRA?

Em fevereiro de 2009, o mundo ficou espantado com a violência sofrida por uma advogada brasileira em Dübendorf, cidade da Suíça. Ela teria sido agredida e muito machucada por neonazistas, num ataque brutal de xenofobia (desconfiança, temor ou antipatia por estrangeiros). A jovem advogada teria, inclusive, sofrido um aborto de gêmeos, sendo encaminhada para o hospital em estado de choque. Até o presidente Lula declarou publicamente seu horror diante do acontecido. Poucos dias depois, contudo, o mundo inteiro se revoltou, ao descobrir que tudo era uma grande inverdade. Todos nós, certamente, conhecemos vários mentirosos. Por que eles existem? O que é, afinal, a mentira: doença, problema moral, necessidade irresistível, brincadeira? Ou o ato de mentir é provocado por todas essas razões?
ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDÉIAS A SEGUIR:
Prenda-me se for capaz

Nem sempre a mentira tem perna curta. O filme de Steven Spielberg conta a história real de um mestre do disfarce, Frank Abagnale Jr. (personificado por Leonardo Di Caprio).

Ele fez carreira, aproveitando suas habilidades de grande mentiroso. Mudou várias vezes de identidade e viveu a vida como quis, aplicando golpes milionários, até ser apanhado pela polícia

O impostor, o estelionatário, muitas vezes, é uma figura sedutora, mas isso não diminui a gravidade de seu crime.
Primeiro de abril!

"O hábito de brincar com essa data é universal. A origem das brincadeiras nesse dia é desconhecida, mas dizem que tudo começou no século 16, com a mudança para o calendário gregoriano, que trocou a comemoração do Ano Novo para 1º de janeiro (antes a data era móvel, variando de 25 de março a 1º de abril). Quem continuava comemorando na antiga data era chamado de "bobo de abril". Na Inglaterra, quem "cai em 1º de abril" é chamado de noodle (pateta). Na França, de poisson d'avril (peixe de abril); nos Estados Unidos, de april fool (bobo de abril)."

[IBGE Teen]

O mitômano ou mentiroso patológico

Mitômano (...) é a pessoa manipuladora e autocentrada que inventa histórias continuamente para conseguir o que quer, com pouca consideração ou respeito pelos interesses dos outros. (...) A causa pode ser mecanismo de defesa ou autoafirmação desenvolvido na primeira infância, associada à alguma desordem mental, caso das personalidades narcísicas ou histriônicas.
[Quando mentir é um problema, reportagem da revista "Época", 19/2/09]
Escritores e a mentira

• "A mentira é, muita vez, tão involuntária como a transpiração."
Machado de Assis
• "A principal mentira é aquela que contamos a nós mesmos".
Nietzsche
• "Somente as mulheres e os médicos sabem o quanto a mentira é benéfica aos homens."
Anatole France
• "A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer."
Mario Quintana
• "Uma mentira dá uma volta ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir".
Winston Churchill

(Fonte: www.uol.com.br