segunda-feira, 8 de setembro de 2008

DIA NACIONAL DE COMBATE AO FUMO - 29 DE AGOSTO




Lei Antitabagismo

3.Set.2008 São Paulo está prestes a aprovar uma lei que deverá servir de exemplo para o resto do Brasil: por iniciativa do governador José Serra, a Assembléia Legislativa deve levar a votação nos próximos dias o projeto que restringe o fumo em ambientes de uso coletivo, tanto públicos como privados. Se a lei for aprovada, passará a ser proibido, por exemplo, fumar em supermercados, bares, restaurantes, cafés, hotéis, terminais rodoviários, ferroviários, aeroviários e até em boates, acabando com a tolerância que existe atualmente com os estabelecimentos oferecendo áreas para fumantes e não fumantes. Além da questão da saúde pública, o ponto mais positivo da proposta do governo paulista é que as multas serão aplicadas nos proprietários destes estabelecimentos e nos fumantes. Quando o local estiver sob domínio municipal, estadual ou federal, no caso das rodoviárias e aeroportos, a fiscalização deverá ser exercida com rigor pelo poder público, ou seja, a presença de fumantes em lugares de uso comum está com os dias contados. Pelo menos, em São Paulo.
Fica a sugestão para que as demais Unidades da Federação (UF) deixem o orgulho de lado e adotem leis semelhantes, encaminhando para as respectivas Assembléias Legislativas os projetos que transformarão todos os espaços públicos e de uso comum do País em áreas livres do cigarro. A sociedade será a maior beneficiada por medidas como estas, mesmo porque a números da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 80% dos 1,2 bilhão de fumantes existentes no mundo vivem em países em desenvolvimento como o Brasil. A falta de informação, educação e de políticas de combate ao tabagismo são as principais causas desse triste recorde, tanto que nos países mais desenvolvidos, as leis que limitam a propaganda de cigarro e regulamentam os locais onde o fumo pode ser usado têm mais de 30 anos, enquanto no Brasil, a legislação ainda engatinha. Esta situação pode começar a mudar com a proposta do governador José Serra, que, aliás, tem uma longa história de trabalho em favor do Brasil, a começar pelos remédios genéricos e a assistência às pessoas com Aids.
Ainda que a proposta do governo de São Paulo esteja distante dos demais Estados, o pouco avanço que houve no campo antitabagista, de uma maneira geral, merece ser comemorado. Por exemplo, há pouco mais de uma década, podia-se fumar em qualquer local e na década de 80, até dentro de ônibus era permitido o uso do tabaco. Hoje, porém, essa prática é proibida e até mesmo os restaurantes possuem áreas para fumantes e não fumantes. Aos poucos, a legislação vai beneficiando o não fumante, que está cada vez mais afastado da condição de fumante-passivo. Mesmo assim, o tabagismo continua avançando entre os jovens brasileiros. Dados recentes da OMS apontam que dos 100 mil jovens que começam a fumar a cada dia no mundo, 80% são de países pobres. O fácil acesso ao tabaco acaba atraindo as pessoas cada vez mais cedo para o vício e isto ocorre porque, mesmo com a pesada carga tributária que incide sobre o fumo, o cigarro vendido no Brasil é sexto mais barato do mundo.
Além de ser um problema social grave, já que entope de pacientes os postos de saúde e hospitais públicos, o tabaco também compromete a renda familiar. Uma pesquisa do IBGE aponta que as famílias com orçamento mensal de até R$ 530 gastam cinco vezes mais com cigarro do que as famílias com renda acima de R$ 6 mil, ou seja, a dependência do tabaco obriga muitos trabalhadores a tirarem dinheiro que deveria ser usado na compra de alimentos, para bancar o vício do tabagismo. Esta situação comprova que a falta de informação ainda é a maior arma dos fabricantes de cigarro para continuar lucrando centenas de milhões de reais todos os meses com o comércio do tabaco. Quanto mais consciente for a pessoa, mas longe ela ficará do cigarro, portanto, cabe ao governo federal oferecer informação às classes mais baixas para que, a longo prazo, o volume de fumantes nessa camada social possa cair. Mas não basta, simplesmente, jogar nos ombros do poder público a culpa pelo vício que é a principal causa de mortes por câncer no Brasil. A sociedade também precisa fazer a parte dela, sobretudo os pais, que devem educar seus filhos para os riscos e malefícios do tabagismo.


OS NÚMEROS

Responsável por 90% das mortes por câncer de pulmão, o fumo é também um desencadeador de outros tipos de câncer como de boca, de laringe, de faringe, de esôfago, de pâncreas, de rim, de bexiga e de colo de útero.




No Brasil, morrem cerca de 105 mil pessoas por ano ( fonte INCA- MS), tendo dedos, pernas, braços amputados; sem poderem respirar por conta de câncer de pulmão ou enfisema; sem mandíbulas; com o rosto desfigurado; sem esôfago; com câncer de próstata, etc. Além disso, estima-se que ocorram, a cada ano, 125.000 mortes no país por doenças associadas ao fumo. Nos últimos 30 anos, o fumo provocou um milhão de óbitos no Brasil e o prognóstico para os próximos quinze anos é de mais sete milhões de mortes. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, no Brasil, cerca de 30% da população adulta é fumante.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo de tabaco porá fim prematuramente à vida de dez milhões de pessoas até 2020, caso a tendência atual continue. Ele é o único produto legal que causa a morte da metade de seus usuários regulares. Isto significa que de 1,3 bilhão de fumantes no mundo, 650 milhões vão morrer prematuramente por causa do cigarro, diz a OMS.
Os prejuízos causados pelo fumo cehgam a mais de 200 bilhões de dólares ao ano no mundo. No Egito, o custo anual do tratamento de doenças vinculadas ao tabagismo chega a 545 milhões de dólares e na China a 6,5 bilhões de dólares, segundo os últimos números disponíveis. Mais de um milhão de pessoas de 350 milhões de fumantes morrem vítimas do tabagismo a cada ano na China e, segundo a OMS, este número poderia chegar a três milhões em 2050.

TEMA:
VOCÊ É A FAVOR DA LEI QUE PROÍBE O USO DE CIGARRO EM LUGARES PÚBLICOS?

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